domingo, 21 de setembro de 2014

JANUÁRIA - Em delação premiada, dono de construtora joga luzes sobre o que teria sido suposto esquema de corrupção em Januária

Fotos: Manoel Freitas
Arruda exibe o livro 'Assassinato de reputações' e o uniforme da Suapi, durante entrevista em seu escritório, alguns dias antes da sua segunda prisão
Novo revés na cruzada que o advogado Maurílio Arruda (PTC) leva adiante para tentar provar que enfrenta escalada de perseguição desde que deixou a cadeira de prefeito de Januária, em dezembro de 2012. Arruda segue em prisão domiciliar, em Montes Claros, de onde tenta coordenar a campanha para deputado estadual. Uma batalha vã, pois a cada dia surgem novos indícios de que o ex-prefeito de Januária não volta mais à política. Não pela via do voto popular. Ele foi preso, pela segunda vez em menos de um ano, no dia 30 de junho, durante a operação ‘Exterminadores do Futuro’ deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público de Minas Gerais, que investiga desvios de verbas públicas destinadas à construção e reformas de escolas. 
Segundo o Blog do Fábio Oliva, o empreiteiro Fabiano Ferreira Durães, dono da A.F Construtora Ltda., topou fazer acordo de delação premiada para a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais. A delação é instrumento legal que permite ao réu em processo criminal colaborar com a investigação ou delatar companheiros de crime em troca da redução de sua pena. 
O depoimento de Fabiano Durães pode complicar a situação do ex-prefeito Arruda, que conseguiu liminar no Supremo Tribunal Federal para aguardar o julgamento do seu caso em prisão domiciliar, no final do mês de julho. O dono da A.F Construtora contou ao MP e agentes da Polícia Federal, no dia 9 de julho deste ano, durante depoimento em Montes Claros, que fez pagamentos ao ex-secretário municipal de Januária Alexandre de Sá Rêgo em valores próximos a R$ 150 mil, para pagamento de propinas na execução das obras de construção e reformas de escolas municipais no município. 
Alexandre Rêgo, que está foragido desde que teve a prisão decretada, há quase três meses, era uma espécie de secretário-curinga durante a gestão Arruda em Januária. O delator Fabiano contou ao MP que os pagamentos a Alexandre Rego eram feitos logo após a primeira medição das obras que a sua empresa conseguia vencer em licitações fraudulentas. Os cheques eram compensados na agência local do Banco Itaú. Fabiano afirma que Maurílio Arruda tinha conhecimento do esquema e que era o “destinatário final” dos pagamentos. 
O esquema de corrupção teria durado pele menos dois anos, entre 2009 e 2012. Fabiano Durães disse aos promotores que atuava como mestre de obras na empresa de um irmão, a Retromáquinas Ltda., também envolvida em denúncias de corrupção em obras municipais. O empresário se diz analfabeto e que só consegue assinar o nome, mas, ainda assim, contou que participou de reuniões na prefeitura em que Arruda gravava as conversas com uma câmera de vídeo. Nesses encontros, o então prefeito ensaiava o discurso de que não aceitava corrupção em sua administração e que exigia qualidade das obras. 
Segundo o empreiteiro, tudo não passava de encenação. Longe do gabinete e câmera filmadora, ele era achacado por Alexandre Rego e outros assessores, que exigiam propinas que variavam de 10% a 60% sobre o valor dos serviços contratados pelo município.
Nestor está em todas

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