sexta-feira, 29 de abril de 2016

Prefeito de Araxá nega envolvimento em esquema de corrupção Aracely de Paula alega que teor de conversas gravadas foi político. Suposto envolvimento de chefe do Executivo foi apontado pelo MP.

Aracely de Paula Araxá (Foto: Maritza Borges/G1)
Aracely de Paula se defendeu de acusações feitas
pelo MP (Foto: Maritza Borges/G1)


O prefeito, Aracely de Paula, convocou coletiva de imprensa nesta quinta-feira (28) para falar sobre uma investigação do Ministério Público (MP) que o acusa de improbidade administrativa. Ele confirmou o teor das conversas gravadas e divulgadas pelo MP, mas alegou que tudo se tratou de conversas políticas e que considera como normais. Informou que uma auditoria interna apurou irregularidades na secretaria administrada na época por José Domigos.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) propôs nesta semana uma ação civil por improbidade administrativa contra o prefeito de Araxá, Aracely de Paula. De acordo com as informações repassadas pelo MP, o promotor Marcus Paulo Queiroz Macedo, entende o prefeito também participou do processo de corrupção ativa e passiva no esquema de compra e venda de apoio político na Câmara de Vereadores de Araxá.
Denúncia
A denúncia considera que o prefeito participou da eleição da mesa diretora da Câmara Municipal, fato que deflagrou a prisão dos vereadores afastados Carlos Alberto Ferreira, (PDT), José Domingos Vaz (PDT), José Maria Lemos Júnior (DEM), Marcílio Faria (PT) e os ex-vereadores Miguel Júnior, Amilton Marcos Moreira e Eustáquio Pereira, além de Francisco Fernando do Prado (primo do ex-vereador José Maria Lemos Júnior).

O advogado de Cachoeira, Daniel Rosa, informou que a defesa mantém as afirmações de que o vereador afastado jamais cometeu qualquer ato de improbidade administrativa. O advogado de Juninho da farmácia, Wislei Cill Farney, informou que ainda não foi comunicado oficialmente da ação. O advogado de Marcílio De Faria, José Gaudêncio Rocha da Cunha, também não quis se manifestar porque ainda não tomou conhecimento da ação. A produção do MGTV não conseguiu contato com advogados dos outros citados na ação.
Ainda segundo o MP, na ação o promotor descreve fatos em que o prefeito participava de chantagens contra um vereador para forçá-lo a votar no ex-vereador Miguel Júnior na campanha para a reeleição dele como presidente do Legislativo. Também é citado na ação o fato de o prefeito, mesmo ciente de possíveis condutas ilícitas praticadas pelo ex-vereador José Domingos, ter se omitido de determinar a apuração delas, devido a interesses pessoais.
Miguel Júnior passa a comandar prefeitura (Foto: TV Integração/Reprodução)
Esquema de corrupção envolve eleição de
Miguel Júnior  (Foto: TV Integração/Reprodução)
Entenda o caso
As investigações de compra e venda de apoio político na Câmara para eleição e reeleição de Miguel Júnior à presidência da Casa tiveram início com a prisão temporária de três vereadores envolvidos no esquema de corrupção em Araxá. No decorrer das investigações, a Polícia Civil ouviu escutas telefônicas, que revelaram detalhes do caso. Os delegados concluíram que o presidente da Casa se reelegeu por meio de corrupção, além de ter confessado o pagamento de propina a políticos.

Em outubro do ano passado, sete políticos deAraxá foram indiciados no inquérito sobre a compra e venda de apoio político na Câmara Municipal. O anúncio foi feito pelos delegados responsáveis pelo caso, Cézar Felipe Colombari e Conrado Costa da Silva, no dia 23 de outubro.
Foram citados o Professor Cachoeira, José Domingos Vaz, Marcílio Faria, Sargento Amilton e Juninho da Farmácia, além do ex-presidente Miguel Júnior e Eustáquio Pereira. O delegado regional Cézar Felipe Colombari explicou a participação de cada um no esquema de corrupção.
Ainda de acordo com o delegado regional, o chefe do esquema era Miguel Júnior que foi indiciado por cinco vezes pelo crime de corrupção ativa. Cachoeira era o organizador, conforme o delegado. Ele disse que não restam dúvidas quando aos indiciamentos. “A Polícia Civil não têm dúvida e todo o trabalho de investigação foi feito sob fortes depoimentos e em afirmações do próprio líder e chefe da organização criminosa, o Miguel Júnior, baseado também em escutas telefônicas”, afirmou.

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