quarta-feira, 26 de julho de 2017

BANCO CENTRAL ATENDE REIVINDICAÇÃO DA ASPRONORTE E DO SINDICATO RURAL DE JANAÚBA E AUTORIZA A RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA DOS PRODUTORES RURAIS DO NORTE DE MINAS AFETADOS PELA SECA


JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, publicou nesta terça-feira, dia 25 de julho, a Resolução 4.591autorizando a renegociação de operações de crédito para produtores afetados pela seca. Com isso, o Banco Central atende a reivindicação feita pelo presidente do Sindicato Rural de Janaúba, José Aparecido Mendes, quando esteve em Brasília-DF, em abril deste ano, e naquela ocasião mostrou um relatório sobre as dificuldades dos produtores rurais de Minas Gerais, principalmente do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha.
Foto divulgação
O vice-presidente da Câmara Federal, deputado Fábio Ramalho, recebe do presidente do Sindicato Rural de Janaúba e da Aspronorte, José Aparecido Mendes, documento reivindicando ao Banco Central a inclusão do Norte de Minas nas medidas de renegociação da dívida dos produtores rurais.
Representando quase 83 mil produtores rurais de 78 municípios e de 43 sindicatos rurais, José Aparecido Mendes havia solicitado ao Banco Central a inclusão dos produtores do semiárido de Minas Gerais com os mesmos benefícios de prorrogação e renegociação das dívidas rurais já destinados aos estados do Nordeste brasileiro, que também fazem parte da área da Sudene. A reivindicação foi encaminhada também ao Ministério da Integração Nacional e à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A medida do Banco Central, nesta terça-feira, foi recebida de maneira positiva por José Aparecido Mendes, que também é presidente da Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Norte de Minas e do Jequitinhonha (Aspronorte), pois amplia o número de produtores atendidos e mostra o empenho e a credibilidade da Aspronorte e do Sindicato Rural de Janaúba e ainda da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), entidade representada pelo presidente José dos Reis Nogueira, que se aliou ao pleito dos produtores.
O QUE DIZ A RESOLUÇÃO 4.591 de 25/7/2017
Faculta a renegociação de operações de crédito rural de custeio e de investimento contratadas por produtores rurais que tiveram prejuízos em decorrência de seca ou estiagem em municípios da área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional em sessão realizada em 24 de julho de 2017, com base no disposto nos arts. 4º, inciso VI, da Lei nº 4.595, de 1964, 4º e 14 da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965, 5º da Lei nº 10.186, de 12 de fevereiro de 2001, e § 1º do art. 15 da Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, com a redação dada pela Lei nº 12.793, de 2 de abril de 2013,
R E S O L V E U :
Art. 1º  Ficam as instituições financeiras facultadas a renegociar as operações de crédito rural de custeio e de investimento lastreadas com recursos controlados de que trata o Manual de Crédito Rural – MCR 6-1-2, contratadas de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2016, inclusive aquelas prorrogadas por autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN), contratadas por produtores rurais ou por suas cooperativas de produção agropecuária, que tiveram prejuízos em decorrência de seca ou estiagem em municípios da área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública, com reconhecimento pelo Ministério da Integração Nacional (MIN), observadas as seguintes condições:
I - os saldos devedores serão apurados com base nos encargos contratuais de normalidade, excluídos os bônus, rebates e descontos, sem o cômputo de multa, mora ou quaisquer outros encargos por inadimplemento ou honorários advocatícios;
II - prazo de reembolso: até o ano de 2030, vencendo a primeira parcela no ano de 2021, de acordo com o período de obtenção de renda;
III - formalização: até 29 de dezembro de 2017;
IV - encargos financeiros: os originalmente pactuados.
Art. 2°  A renegociação prevista nesta Resolução deve observar o disposto no MCR 2-6-10-“a”, exceto quando se tratar de financiamentos com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), admitida, a critério da instituição financeira, a substituição de aditivo contratual por “carimbo texto” para formalização da renegociação.
Art. 3º  As operações que tenham sido objeto de cobertura parcial das perdas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou por outra modalidade de seguro rural, somente podem ser renegociadas mediante a exclusão do valor referente à indenização recebida pelo beneficiário, considerada a receita obtida.
Art. 4º  Não podem ser objeto da renegociação referida nesta Resolução:
I - as operações de crédito rural contratadas no âmbito do Programa de Sustentação de Investimento (PSI);
II- as operações cujo empreendimento financiado tenha sido conduzido sem a aplicação de tecnologia recomendada, incluindo inobservância ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e o calendário agrícola para plantio da lavoura; e
III - as operações de crédito de mutuários que tenham praticado desvio de recursos ou que tenham sido caracterizados como depositários infiéis, salvo nas hipóteses em que o mutuário tenha regularizado sua situação.
Art. 5º  O mutuário que renegociar suas dívidas nos termos desta Resolução fica impedido de contratar novo financiamento de investimento com recursos do crédito rural, em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), até que amortize integralmente, no mínimo, as duas parcelas subsequentes à formalização da renegociação, exceto nos casos em que o novo financiamento se destine a projeto de investimento para irrigação. Art. 6º  Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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