domingo, 25 de fevereiro de 2018

Promotora comenta sobre casos de pedofilia e estupro de vulneráveis em S. A. de Jesus: "O inimigo não está na rua, eles estão em casa"


23/02/2018 17:53 
Promotora comenta sobre casos de pedofilia e estupro de vulneráveis em S. A. de Jesus: "O inimigo não está na rua, eles estão em casa"
Foto: Ilustrativa
Os números de casos de pedofilia e estupro de vulnerável em Santo Antônio de Jesus são mais frequentes do que a população costuma imaginar. Em entrevista a recôncavo FM, a defensora da Vara da Infância e Adolescência do município, Danubia Bittencourt, afirmou que são poucos os casos de estupro onde as pessoas são pegas nas ruas, sendo mais frequente os casos onde o estuprador vive dentro da casa da vítima, “temos que separar os casos de pedofilia dos casos de estupro de vulnerável, que em Santo Antônio de Jesus há muitos casos, como em todos os lugares do Brasil. Assim como está sendo nas novelas da Rede Globo que abordam este assunto, o inimigo não está na rua, eles estão em casa. Geralmente é um padrasto, tio, amigo da família, amigos dos irmãos, pai ou frequenta a casa. Aquele estupro que as pessoas são arrastadas pela rua, são os casos mais raros que existem. O mundo do estupro é feito por alguém de dentro e quando a vítima é criança ou adolescente menor de 14 anos, que qualifica estupro de vulnerável, é mais frequente ainda que esses estupradores sejam conhecidos dessa criança. Ele violenta e depois ameaça, fala que vai matar a mãe ou os parentes para que ela fique sem contar para os familiares. A criança fica com medo e acha que a culpa é dela. As mães, os professores, todos devem ficar de olho no comportamento, nas notas, se a criança era feliz e do nada não diz uma palavra. Vamos abrir os olhos, pois o inimigo está em casa”, argumentou.
Há casos onde os familiares não acreditam na vítima quando ela decide pedir ajuda, principalmente quando o estuprador é uma pessoa de confiança, “isso acontece com frequência quando são casos de padrastos, onde a mãe demora de acreditar pois ela confia no marido. As mães devem manter os olhos bem abertos, sabendo orientar a criança sobre abusos. Ela tem que saber que não pode permitir que passem as mãos nas partes intimas dela e que ninguém tem carinhos exagerados, falar que quando acontecer essas coisas contar para os pais. As vezes a família tem tabu de conversar com suas crianças sobre isso, aí a vítima é pega de surpresa no ato porque ela não foi devidamente preparada. As vítimas podem ser meninas ou meninas, mas o acusado raramente é uma mulher. Quando casos como este aparece na promotoria, temos dois passos: o primeiro é o criminal, onde os promotores criminais vão tomar todas as providências para que seja feita a investigação e apreensão do criminoso. A parte da promotoria da infância, é resguardar essa criança, proporcionar a ela um atendimento psicológico e sobretudo notar se o agressor ainda faz parte da vida dela, pois se fizer, temos que afastar”, declarou. Dr. Danubia ainda acrescenta: “Armazenar e compartilhar vídeos de abusos sexuais de crianças e adolescentes também é crime, é crime para quem produz e também para quem armazena. Se você recebeu um vídeo desses, guarda em seus celulares e pior, repassa, você está cometendo um crime. Quando uma pessoa receber um vídeo desses, deve correr para as autoridades imediatamente. Depois de mostrar para a polícia, o vídeo é deletado do celular do cidadão. Não recebam esses vídeos, mas se receberem comuniquem as autoridades e exclua imediatamente. Não repassem de forma alguma”, desabafou. Em casos onde a população conhece casos de abuso de crianças e adolescentes, o “disque 100” está disponível para denúncias anônimas, “identifique o fato, dê o nome e endereço da criança e nós vamos começar a investigar”, concluiu.
Redação: Voz da Bahia

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